CAMPO ABERTO | Gisele Loeblein UMA CHANCE DE MERCADO OU O CAOS COMPLETO
-
A atitude dos produtores de aves do Rio Grande do Sul pode representar a diferença entre ganhos ou perdas com a situação da influenza aviária. Com 35 focos da doença confirmados no mundo, dois deles no Chile, o Estado acendeu a luz amarela. É hora de redobrar cuidados para manter o problema longe daqui.
Ontem, produtores, técnicos e empresários estiveram reunidos em evento realizado em Porto Alegre, cujo objetivo era deixar todos alinhados às necessidades atuais de controle. Se fizerem a lição de casa e se mantiverem blindados à influenza aviária, os gaúchos poderão se beneficiar da atual conjuntura.
Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), países onde a doença foi detectada estão com prejuízo que já chega a 600 mil toneladas por ano.
– Essa perda vai ser preenchida por alguém. Quem mantiver a sanidade animal, vai capturar essa parcela. Preservar o nosso status é questão de sobrevivência – pontua Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
Ele lembra que foi em 2005, em meio a uma pandemia de influenza aviária, que o Brasil se blindou contra o vírus. Como resultado, passou a ser o maior exportador mundial de aves, posição que nunca mais perdeu.
E, se por um lado, o registro da doença em outros países representa oportunidade de negócios, por outro, pode se transformar em catástrofe. Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, Nestor Freiberger ressalta que o Estado exporta mais de 40% da produção, acima da média nacional, de 35%:
– A doença seria um problema muito grande. Teríamos de achar um destino para esses mais de 40% da produção que são embarcados para o Exterior.
Da atividade, dependem 10 mil famílias. Por isso, a aposta é na prevenção e, ao mesmo tempo, na preparação para dar resposta rápida, em eventual cenário de chegada da doença. Órgãos de defesa sanitária, estadual e federal, reforçam ações e contam com o apoio do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). -
LUZES SOBRE O CRIME
A manutenção da força-tarefa dedicada ao combate do abigeato é tida como fundamental para frear esse tipo de crime, uma antiga dor de cabeça dos campos do Estado e que cresceu 13,4% no último ano (veja acima). Dados da Secretaria da Segurança Pública divulgados ontem mostram que foram 1.037 casos a mais do que em 2015. Na comparação apenas do segundo semestre, a alta é de 3,2%.
– Antes da criação da força-tarefa, achei que meu telefone ia apodrecer, de tanta informação sobre carcaças deixadas para trás pelos bandidos que eu recebia. Era furto todos os dias – conta Gedeão Pereira, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado.
Segundo o dirigente, que também é pecuarista, depois das ações da polícia organizadas a partir de força-tarefa montada no último trimestre do ano passado, os casos diminuíram.
A Secretaria da Segurança Pública também aposta neste recurso para chegar ao fim de 2017 com números diferentes para o abigeato.
– Como trabalhamos na prisão de quem organiza o crime, e não só na de quem executa, isso nos leva a uma perspectiva de redução – avalia o coronel César Augusto Pereira, coordenador do Comitê de Prevenção ao Abigeato e à Carne Clandestina. -
GAÚCHA NO TOPO
Foi uma unidade de empresa gaúcha que terminou na frente no ranking dos abates de bovinos em 2016 no Rio Grande do Sul.
O Frigorífico Silva, de Santa Maria, encerrou o ano com 143,28 mil cabeças abatidas, conforme dados do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), considerando o número de cada unidade separadamente. Na média mensal, são 11,94 mil.
A indústria, que vende para o mercado doméstico e está habilitada a exportar para 62 países, está buscando agora o credenciamento para vender produtos no território americano.
RANKING DE ABATES
Os três primeiros do Estado
-Frigorífico Silva: 143,28 mil
-Marfrig (Bagé): 128,12 mil
– Marfrig (São Gabriel): 110,98 mil
5,6%
deve ser o aumento do Valor Bruto da Produção (VBP) brasileira neste ano, segundo a CNA, chegando a R$ 573 bilhões. -
NO RADAR
CHEGOU A 19% o percentual da área de milho colhida no Estado, conforme a Emater. O informativo aponta ainda que, apesar da redução de produtividade em algumas lavouras em razão da chuva irregular em dezembro, não há alteração significativa na produtividade do Estado.
Fonte ; Zero Hora