Após seca, Farsul projeta recuperação em 2013
Safra do Rio Grande do Sul pode chegar a 29 milhões de toneladas
Fernando Soares
TIAGO FRANCISCO/SISTEMA FARSUL/DIVULGAÇÃO/JC
Previsão para 2013, feita por Sperotto (c), conta com uso de irrigação
Depois dos prejuízos ocasionados pela seca, chegou a hora da bonança para os produtores gaúchos. Ao menos essa é a indicação da Farsul, que ontem divulgou seu balanço do ano de 2012 e traçou as perspectivas para a temporada vindoura. Seja no cenário moderado ou no otimista, um consenso aparece: 2013 será um ano muito melhor para o setor primário. A expectativa é de que o Estado tenha a segunda maior safra da história, atrás apenas da de 2011.
Amparada por dados do IBGE, a Farsul projeta uma produção de 26,9 milhões a 29 milhões de toneladas. Em relação a 2012, quando foram colhidas 19,6 milhões de toneladas, a expansão chega a 37% (no cenário moderado) e 48% (no cenário otimista). A área plantada deve chegar a 7,8 milhões de hectares, um acréscimo de 2,37%. Diante desse cenário, a expectativa da entidade é de que o PIB agropecuário apresente expansão de 45% em 2013, frente uma retração de 40% neste ano.
Apesar dos bons presságios, o economista da Farsul Antônio da Luz alerta que o Estado ainda não vai se recuperar completamente das perdas de 2012. A forte expansão no PIB do segmento ocorrerá, principalmente, pela baixa base comparativa deste ano. “Vamos vir da maior perda da história do Rio Grande do Sul. Só a queda na soja se equivale a toda safra perdida em 2005. Por enquanto, não vamos retomar o patamar de 2011”, diz. Os números relativos às perdas de 2012, calculados até outubro, divergem por pouco. Apenas com milho e soja, as duas principais culturas do Estado, o IBGE calcula 9 milhões de toneladas desperdiçadas, a Farsul projeta 8,96 milhões de toneladas e a Emater-RS, 8,9 milhões de toneladas. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, acredita que o produtor amadureceu a ideia de investir em irrigação. “Hoje, não existe mais dificuldade de financiamento, mas, sim, no represamento da água. Mas o investimento em irrigação não pode ser pensado apenas como solução para a seca, mas também para aumentar a produtividade”, menciona o dirigente.
Fonte: Jornal do Comércio