Após Operação Leite Compen$ado, presença de formol não foi mais detectada em amostras
Desde março, foram feitas mais de 600 análises laboratoriais pelo serviço de inspeção federal
Testes são feitos no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro/RS), na zona sul da Capital Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Joana Colussi
Pouco mais de três meses após a Operação Leite Compen$ado desmontar um esquema de adulteração de leite no Norte do Rio Grande do Sul, fiscais federais agropecuários explicaram como é feita a inspeção periódica nas indústrias gaúchas e pontos de resfriamento do produto. No Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro-RS), na zona sul da Capital, foram feitas mais de 600 análises desde março.
— Após aqueles lotes retirados do mercado, não foi detectada presença de formol em mais nenhuma amostra de leite avaliada — garante Milene Cristine Cé, responsável pela inspeção de leite no Estado.
As amostras de leite cru e seus derivados são coletadas periodicamente pelos fiscais agropecuários em 107 estabelecimentos fiscalizados pelo serviço de inspeção federal e levados aos laboratórios credenciados no Ministério da Agricultura. No caso de análise fisico-química do leite, que detecta a presença de formol, apenas duas unidades são autorizadas a fazer o exame no Estado: a Lanagro/RS e o laboratório da Univates, em Lajeado.
Hoje, indústrias gaúchas de leite de derivados recebem mais de 9 milhões de litros por dia. Apesar do alto volume, o segundo maior do país, o Estado conta com apenas 34 fiscais federais para fazer a inspeção e fiscalização do cumprimento das exigências sanitárias nos estabelecimentos.
— O número de fiscais é muito pequeno para atender toda a demanda. O ideal era termos um quadro de pelo menos 60 pessoas — aponta Priscila Moser, chefe da divisão técnica do Lanagro e uma das diretoras do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).
Após a Operação Leite Compen$ado, o número de denúncias de consumidores e produtores aumentou significativamente, conforme o chefe do Serviço de Inspeção de Produtos Animais do Estado, Marco Antônio dos Santos. Neste ano, até ontem, foram 134 denúncias — mais do que o ano passado todo, quando foram recebidas 96 denúncias.
Fonte: Zero Hora