A AGRICULTURA SALVOU O BRASIL – E O AGRICULTOR COMO FICA?
Ricardo Alfonsin – para o Canal Rural
Em todas as análises de final de ano sobre a economia brasileira, uma questão não teve divergência: sem o poder da agricultura o crescimento do PIB seria ridículo, e a balança comercial teria tido um triste resultado.
A agricultura posicionou-se fortemente pela produtividade e aproveitou os preços internacionais especialmente da soja, do milho, café, do algodão, carne bovina..
Daí tivemos um grande incremento em impostos, empregos, a indústria de máquinas e implementos cresceu, e na cadeia, todos levaram os frutos da atividade.
E o agricultor?
É inegável que há uma fatia dos agricultores que participaram em boa parte deste bolo, mas também é certo que um contingente bem maior e mais necessitado amargou sérias dificuldades, uns pelo preço do produto, caso do arroz, suíno,feijão etc(normalmente produtos da cesta básica); e outros pelas dificuldades que arrastam do passado, justamente pela falta de amparo governamental à atividade, tais como: seguro, agrícola, garantia de preços, instrumentos de comercialização a tempo e hora e acesso ao crédito, tributação etc..
O endividamento cresce assustadoramente, e as soluções dadas terminam servindo mais ao credor.
No ano de 2011 seguiu a espada da questão ambiental contra o produtor, pois prorrogam-se as multas da reserva legal, mas seguem as pesadas penas das áreas de preservação permanente. As soluções para o preço aviltante do arroz, quando saíram, grande parte da safra já estava comercializada; para a agricultura familiar a prorrogação das dívidas, quando anunciadas, muitos produtores já não tiveram acesso ao novo crédito.
Nota-se que as entidades de classe tem sido pouco efetivas nestas questões, especialmente as de âmbito nacional, parecem desconhecer a existência dessa dívida que impede que a maior fatia da atividade tenha acesso ao crédito, tornando-se refém da indústria a altos custos para produzir. Com isto vemos um preocupante acúmulo de terras em mãos de poucos.
A qualquer suspiro da indústria automotiva, o governo concede benefícios fiscais e creditícios à vontade para que ela atrolhe as cidades de veículos, sem infraestrutura para recebe-los, mas para o agricultor as medidas são difíceis e a conta gota, e quando chegam quase nenhum efeito produzem.
Este quadro só vai mudar quando o agricultor tiver noção de sua força impondo-se na diminuição da produção ou na sua retenção enquanto não tiver preços e condições. Claro que isto é difícil para um setor que está Ã míngua, mas haverá um momento que será tudo ou nada, ou seremos vendidos aos chineses, por exemplo.
Dr. Ricardo parabens pelo seus comentarios. Todos se esquecem que os alimentos que matam sua fome na hora que estao a mesa com seus familiares, amigos sao produzidos da terra e pelos Agricultores devedores. Gostaria de saber se a Presidente pretende fazer alguma coisa por nos ou vamos morrer devendo, ou ficamos sem nada??????