Para manter a peste suína africana longe
Foto: Pixabay
Nova rodada de treinamentos será realizada, a partir desta semana, com foco em informações sobre a peste suína africana. A doença que ficou conhecida por conta do surto registrado na China pede alerta máximo e prevenção reforçada depois da confirmação de um caso no
americano, após mais de três décadas sem registros. A preocupação é proporcional ao estrago que o vírus pode causar em eventual entrada no território nacional. Para os três Estados do Sul, que são referência na produção e na exportação da proteína, os riscos são ainda maiores. O Rio Grande do Sul embarcou, só no mês de julho, mais de 100 mil toneladas da proteína.
– Um único caso seria uma catástrofe – alerta Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
O país tem ações estabelecidas dentro do Plano Nacional de Sanidade Suídea. O que se faz no momento é reforçá-las.
Reunião marcada para hoje, com integrantes do serviço sanitário oficial (Ministério e Secretaria da Agricultura) e do conselho técnico operacional do Fundesa tem como objetivo fazer um planejamento para que as capacitações alcancem todo o setor produtivo, envolvendo produtores integrados ou não. A tendência é de que sejam eventos virtuais, por regiões.
Amanhã, médicos veterinários habilitados e técnicos das indústrias serão treinados.
– Trabalhamos com a ideia de que este é um assunto que não se esgota neste ano – diz Kerber.
A peste suína também foi assunto da reunião, na última semana, entre a ministra Tereza Cristina e a secretária estadual Silvana Covatti.
PROFISSÃO AGRO
Daniel Santos Paim
Auditor fiscal federal agropecuátio
Olhar focado na segurança do alimento
A profissão de médico veterinário sempre esteve no horizonte do auditor fiscal federal agropecuário Daniel Santos Paim. Mas foi só na formação que ele se conectou ao agronegócio. Nascido em Viamão, na Região Metropolitana, estudou na escola técnica agrícola do município, depois na UFRGS e, desde 2018, é servidor do Ministério da Agricultura, na área de inspeção de produtos de origem animal. Com um frigorífico como “escritório”, ele fala sobre a rotina de quem tem a tarefa de zelar pela segurança dos alimentos que vão à mesa. Veja trechos da entrevista.
Você hoje trabalha na inspeção de um frigorífico de aves. Como chegou à função?
Decidi cursar Veterinária porque gostava de animais. Meu primeiro contato com o agro foi na Escola Técnica Agrícola de Viamão. Lá consolidei a ideia de ser veterinário, mas me voltei para animais de produção. Ingressei na UFRGS e fui me especificando na produção de alimentos de origem animal, com foco em qualidade, sanidade, saúde pública. Meu mestrado foi na área do abate de suínos. Depois, atuei como responsável técnico em pequenas indústrias. Prestei concurso para o ministério e, em 2018, fui nomeado. Trabalhei em uma planta de abate de aves em Brasília. No início de 2020, voltei ao Estado. Também fiscalizo uma indústria de abates de frango.
Qual o papel da inspeção?
Somos responsáveis pela inspeção do animal vivo (ante-mortem) e após abatido (post-mortem). Na primeira, verificamos os animais que chegam. Para ver se têm sintomas, alguma condição que não conseguiríamos identificar após o abate, além das questões do bem- estar. No post-mortem, avaliamos as carcaças e procuramos alterações ou lesões que não permitem o consumo da carne. Fazemos ainda a certificação sanitária e a verificação das práticas adotadas. Quando um produto tem o selo SIF, significa que foi produzido atendendo à legislação sanitária brasileira.
Seu local de trabalho é o frigorífico. Como funciona?
Apesar de não sermos funcionários da indústria, estamos 100% lá dentro. Isso acontece nas empresas com abate permanente. É mandatório que estejamos presentes o tempo inteiro nos turnos de abate. Precisamos moldar nosso horário ao da indústria. Meu turno vai das 5h às 14h. A pessoa tem de gostar de trabalhar com saúde pública. Posso garantir que não há rotina no abate. Cada dia tem uma situação diferente. Em cada lote, encontramos algo diferente do dia anterior. Geralmente temos horários bem atípicos. Não paramos na pandemia, somos atividade essencial. Não tem frio, calor, chuva, porque é produção de alimentos.
Que características são necessárias para atuar nessa área?
Ser centrado. É uma atividade que te exige bastante, precisa ter a capacidade de tomar decisões rápidas. Há preocupação com a qualidade do alimento, e é preciso lidar com pessoas. Temos uma equipe grande de auxiliares no nosso trabalho. Precisamos ser conciliadores. E o fato de ficarmos dentro da indústria faz com que sejamos vistos como líderes.
Na carreira como auditor, se vê em alguma outra posição?
Sou apaixonado pelo que eu faço. Sempre caminhei na graduação para trabalhar nessa área de alimentos, de fiscalização. Dentro do ministério, há muitas áreas de atuação, mas gosto de saúde pública. Não tenho pretensão de sair da área de produção animal. Também faço parte da Anffa Sindical (sindicato da categoria). Acho superimportante.
A uma classificatória da grande final
Mais 14 conjuntos garantiram vaga na final do Freio de Ouro na penúltima classificatória, realizada no parque Assis Brasil, em Esteio. Agora, resta só uma etapa antes da disputa do título.
Entre as fêmeas, seis se credenciaram, com a égua Basca Anita-TE chegando à frente (média de 20,486). Da Cabanha Basca, de Uruguaiana, foi montado pelo ginete Eduardo Weber de Quadros.
Entre os machos, oito exemplares se classificaram. O primeiro lugar ficou com Entrevero Della Tersa (média 20,570), guiado por Guto Freire e exposto pelas cabanhas Encantto e Della Tersa, de Veranópolis.
Organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, o Freio de Ouro tem a final marcada para o período de 29 de setembro a 3 de outubro. Em razão das alterações da pandemia, pela primeira vez a decisão será fora da Expointer.